Nas
décadas de 40 e 50 o motociclismo no Brasil começou a mudar seu perfil;
antes representado por solitários amantes das duas rodas, começou a se
organizar em pequenos grupos que passaram a rodar juntos, a programar
viagens, a se reunirem em locais simples para conversas informais ao
redor de churrasqueiras, regados por cervejas geladas.
De
certa maneira, James Dean, no filme que retratava um grupo de
motociclistas que viajava por pequenas cidades norte americanas,
disputando troféus em competições de rua, serviu de marco aos
motociclistas do lado de cá do Atlântico, e os primeiros grupos
começaram a se formar.
De
início, com suas roupas de couro negro, suas motos com cromados
reluzentes e ruidosos escapamentos, e a aparência desleixada dos que
amam a liberdade e negam os padrões burgueses das classes dominantes,
passaram a serem vistos como marginalizados; entretanto, seguros em seus
princípios éticos e morais, convictos de suas escolhas, resistiram às
pressões, e os grupos se fortaleceram e se firmaram dentro da cartilha
cultural do nosso país.
Os
primeiros grupos de motociclistas aqui formados, ao perceberem a força
que representavam, resolveram adotar para si, nomes que aludiam aos seus
“modus vivendi, e começaram a se organizar na forma de motoclubes.
Os
primeiros motoclubes brasileiros, compostos por homens dotados de
rígidos padrões éticos e morais, caracterizaram o segmento pela honradez
e virilidade de seus integrantes, enobrecendo o motociclismo em nosso
rincão, e conquistando um lugar definitivo em nosso cenário cultural.
Com
o passar do tempo, e com o aumento expressivo do número de condutores
de motocicletas aqui no Brasil, não tardou para que as classes
dominantes despertassem para o potencial de faturamento que o novo filão
representava, e não perderam tempo; montadoras se instalaram em nossos
domínios, espalhando motocicletas por todo canto. As financeiras
avançaram, e qualquer um pode hoje possuir uma motocicleta. É um direito
de cada um, possuir o que lhe agrade, ou que lhe atenda às necessidades
profissionais, enfim, é um direito de qualquer um possuir uma
motocicleta, desde que esteja real e integralmente habilitado para tal,
pois não é um veículo para irresponsáveis e inconseqüentes, em virtude
dos riscos que transporta sobre sua cela, e das letais conseqüências do
mau uso que se faça dele.
Com
as facilidades para aquisição de uma motocicleta, e com o resultante
aumento do número de condutores desses veículos, junto da assustadora
estatística de acidentes fatais, veio o desenfreado e descontrolado
crescimento do número de motoclubes, hoje espalhados por todo o país.
Sempre
atentas às oportunidades, as classes dominantes, através de associações
de motociclistas, de federações, de políticos oportunistas, de
organizadores de eventos sedentos por cifrões, pousaram seus tentáculos
sobre o segmento, e ajudaram a viabilizar a bagunça que hoje impera em
nosso meio motociclístico; motoclubes com nomes desrespeitosos, e com
inexpressivos números de integrantes, nascem hoje e morrem amanhã;
condutores de motocicletas, não habilitados, completamente despreparados
para singrar estradas, ostentando escudos nas costas de seus coletes,
escudos que são distribuídos por alguns motoclubes sem a observância de
nenhum dos critérios básicos, quase que vendidos em bancas de jornais;
integrantes de motoclubes, desprovidos de quaisquer princípios morais,
alheios aos códigos de ética e de honra que residem nos espíritos dos
verdadeiros bikers, se acreditando motociclistas apenas pelo fato de
envergarem um colete de couro com um escudo barato às costas, algumas
tatuagens nos braços, e postura de bad boy; eventos motociclísticos que
não dedicam o menor respeito aos bikers visitantes, focados apenas no
faturamento, na prática de preços abusivos, em detrimento da
infra-estrutura mínima devida aos que se deslocam várias milhas para
prestigiá-los, na esperança de um papo manso e informal com os amigos,
longe do ronco estridente e dos estouros dos escapamentos das motos
esportivas dos filhinhos de papai, cuja diversão consiste em perturbar a
dos outros; em resumo, a coisa vai mal, e as associações e federações
nada fazem se calam, pois os interesses políticos gritam mais alto que
os nossos.
Chegou
a hora de nós fazermos alguma coisa em favor das tradições, por isso
estamos plantando a semente do que intentamos ser a primeira entidade
séria na defesa dos interesses dos verdadeiros bikers em nosso país, e
para isso contamos com a colaboração dos motociclistas sérios, no
sentido de se unirem a nós nesta empreitada, participando ativamente no
projeto.
LIGA NACIONAL DE BIKERS
LIGA NACIONAL DE BIKERS
Liga,
como o nome já diz, consiste numa coligação de participantes para a
realização de fins específicos. A LIGA NACIONAL DE BIKERS pretende ser a
coligação de um conjunto de verdadeiros bikers, com o fim específico de
organizar e administrar os interesses do segmento motociclístico em
nosso país.
Como
podemos subentender no texto, a Liga não é o Abutre’s MC, a Liga será
composta por todos os motoclubes filiados, representados em assembléias
por seus Presidentes, Vice-Presidentes, e principais Diretores.
Os
interesses do segmento motociclístico, a que se refere o texto, a
princípio seria o da regulamentação e moralização de tudo que se refere
ao motociclismo no Brasil; exemplos disso seriam filtrar os eventos
motociclísticos, prestigiando apenas aqueles voltados exclusivamente
para motociclistas, e não para os moradores das cidades onde são
realizados, não permitindo que sejamos usados como massa de manobra
política, nem expostos como atrações circenses, onde os espaços
destinados às motos não sejam invadidos por automóveis, e onde, também,
nos sobre espaço para o papo informal com os amigos, não permitindo que
nos diluam em meio à invasão de pessoas totalmente estranhas ao nosso
meio; temos que exigir dos organizadores de eventos, condições
exemplares de higiene nos banheiros, segurança total nas áreas
destinadas ao estacionamento de motocicletas, chuveiros quentes e
respeito às leis do silêncio nas áreas de camping, prática de preços
justos nas praças de alimentação, e isenção do pagamento de taxas de
estacionamento e de acesso pessoal nos eventos, para os filiados da
Liga; iremos negociar, com hotéis e pousadas, descontos significativos
para os clubes filiados; iremos orientar os Presidentes de motoclubes
quanto aos critérios que devem ser observados no momento da admissão de
novos integrantes, avaliando seus princípios éticos, a maneira como
enxergam o respeito devido à hierarquia, suas posturas no geral,
evitando assim a admissão de indivíduos desagregadores, que possam vir a
denegrir a imagem do motociclismo com seus comportamentos
inconvenientes e irresponsáveis.
Futuramente,
para o conforto, segurança e garantia da preservação física e
patrimonial, de todos os afiliados da Liga, em relação às suas viagens e
passeios, através de prévias assembléias, com todos os afiliados ou a
maioria de 50% mais um, para de comum acordo, viabilizamos parcerias com
empresas diversas, podendo-se citar: Seguradoras, Planos de Assistência
Médica, Guinchos/carretinhas, etc.
São
esses os primeiros passos para a organização da Liga. Porém, nada disso
terá o efeito que todos almejam, bem como o de demonstrar nosso
potencial perante a Sociedade em geral, como verdadeiros Bikers que
acreditam veementemente em seus ideais; acatando, igualmente, outras
idéias de interesse geral.
O
Abutre’s MC, enxergando no que está se transformando o motociclismo no
Brasil, resolveu dar o ponta pé inicial, mas a responsabilidade na
efetivação da Liga que está eclodindo agora do ovo, não é do Abutre’s
MC, mas de todos os motoclubes filiados. O Abutre’s MC será apenas um
dos filiados, administrando no momento, já que cuidou da legalização da
Liga como pessoa jurídica, já que está encabeçando os procedimentos de
conscientização e arregimentação de filiados, sustentado em sua
experiência na administração do maior clube da América Latina, e o 3º
maior do mundo; mas, futuramente, a responsabilidade na administração
deverá sair de decisões tomadas em assembléias, onde terão assento todos
os representantes dos clubes filiados.
Apenas
a título de informação, o Abutre’s MC tem sido solicitado, pelos
organizadores, a intervir sempre que surgem problemas em eventos
motociclísticos, problemas normalmente criados por motociclistas
irresponsáveis, e tem atendido às solicitações de maneira ágil e
eficiente, exercendo o papel de moderador; agora, está convocando os
motoclubes sérios, e aos bikers independentes, a se unirem a ele na
concretização da Liga que ora apresenta, e espera que os representantes
dos motoclubes convocados pensem direito quando apresentarem seus
questionamentos, pois nada foi feito até hoje em prol de nossas
tradições, e agora vai ser feito, podem ter certeza; entretanto, o
Abutre’s não abrigará sob suas asas, àqueles que se colocarem em
oposição à iniciativa que tenciona trazer a paz ao meio motociclístico.
Quando se agravarem os problemas aqui expostos, e esse agravamento já
está sendo sinalizado, não poderão contar com o apoio da Liga, pois ela
estará pronta a prestigiar apenas aos seus filiados.
Esperamos
que os verdadeiros Bikers nos ajudassem na empreitada, se filiando à
Liga, apresentando novas propostas e soluções, expondo suas
expectativas, conquistando novos filiados, enfim, lutando conosco,
lado-a-lado, pela reconquista do que nos pertence por direito e por
essência.
Relativamente
à contribuição financeira mensal, por parte de cada Associado, terá a
finalidade única de cobrir custos administrativos da Liga de âmbito
geral.
LIGA NACIONAL DE BIKERS
segue o link abaixo?
http://liganacionaldebikers.blogspot.com.br/
Recebido por e-mail por toninho
http://www.os-sem-fronteiras.blogspot.com
Só uma observaçao:
ResponderExcluirAcho uma atitude louvavel, em alguns pontos, mais isto caracteriza uma exclusão de alguns moto clubes, digo, que é provavel que apenas os que tem mais dinheiro podem partipar.
Grande amigo e irmão Renato, realmente é uma atitude extrema a ser tomada devido a proliferação de M.C. que surgem diariamente, onde estão denegrindo a nossa imagem de motociclista e nos comparando a motoqueiros devidos suas atitudes inadequadas para nossa vida underground, quando se organiza algo m nossa vida seja qual for sempre vai alguma coisa pro lixo ou descartada e neste caso não será diferente, acho louvavel essa atitude pelo fato de diminuir ou reconhecer apenas os mais tradicionais e que levam o motociclismo tradicional ao pé da letra, não se preocupe pois o nosso com certeza esta incluso entre os tradicionais tenho certeza disso, acho que agora estanca esta coisa de cada semana nacer um M.C. novo. e em relação ao dinheiro, isso não é o alvo deste movimento e não será mais na frente pois o que esta sendo visado é a nossa organização, nossas tradições, nossa imagem e nosso respeito.
ResponderExcluirAbração amigo!