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domingo, 3 de abril de 2011

A paixão na corda bamba

    

     A ciência tenta, ao longo dos séculos, explicar os mistérios da vida. Questiona-se porque estamos aqui, de onde viemos, se viemos, para onde vamos. A verdade é que tambem nos perguntamos essas coisas as vezes. E essas perguntas podem não ter respostas simples ou que caibam no nosso entendimento.


     As livrarias estao cheias de Best-Sellers com fórmulas mágicas para se viver melhor, mas de repente, a vida pode mesmo ser uma coincidência biológica e estejamos criando sofrimentos adicionais em busca de sua explicação. Ou pode mesmo ter um Divino, uma Força Criadora e maior que tudo o que se pode pensar, que controla tudo e que rege o universo com impressionante maestria.
     Mas, nós cidadãos comuns, trabalhadores, estudantes, pessoas normais, o brasileiro médio, sem teorias e sem pretensões de explicar nenhum fenômeno de alcance universal, como podemos fazer para nos encaixar nesse mundo vasto e complexo, nessa vida cada dia mais automática, de uma violência cada vez mais presente? De que forma um dos seres viventes, inseridos nessa complexa rede que envolve cadeias alimentares, raciocínio, construções e destruições de grande porte, pode organizar sua estadia consciente (se poderemos assim nos referir a vida e a auto percepção do contexto em volta)?
     O fato é que talvez essa resposta seja mais ligada a cultura e a forma de pensar de cada povo, cada costume e sua influência nas decisões pessoais, muito embora o vazio habite em cada um de nós, na mesma medida.
     Onde quero chegar depois de tantas voltas? Pretendo ilustrar o fato de que não importa onde se encontre o ser humano ele sempre será carente de emoções, e sua incompletude só será um pouco reduzida se, e somente se estiver em grupo. Sozinho o vazio aumenta e se a mente não estiver preparada pode sofrer serios danos.
Então, deixando de lado as teorias, podemos dizer que tudo o que nos conforta deve realmente ser levando em consideração. Devemos buscar em nós mesmos, ações que causem alívio as nossas dores, transformando a aproveitando todo o tempo que nos é cedido nessa breve passagem pelo planeta.
     E o que isso tem a ver com Motocicleta e Motociclismo? Tudo. Motociclistas não são simples caçadores de emoções, mas usam a motocicleta como um instrumento proporcionador de grandes emoções. Tudo na Motocicleta é umdesafio: o andar sobre apenas duas rodas, movimentar-se contra o vento, usar o próprio peso para manter-se rente ao solo durante uma curva...
     Não desafiamos a morte como se pensa, muito embora ela pareça querer nos encontrar devido a facilidade com que os acidentes fatais acontecem. Buscamos a descarga de adrenalina que o pilotar por se só oferece...
Conduzir bem uma Motocicleta é uma arte. Arte esta que não perdoa os imprudentes e desqualifcados. Também não perdoa aos que não monitoram o seu veículo com a mesma dedicação do jóquei pelo seu cavalo. É impiedosa com os utilizam substâncias redutoras do reflexo.
     Para sentir prazer em sua máquina, são necessários muitos pormenores. E quem sente prazer ao pilotar, quem pilota não por necessidade mas porque ao fazê-lo essa emoção o preenche, entende suas metacompetências.
Para quem tem aptidão, conduzir uma Motocicleta traz conforto e mostra que o viver existe para ser aproveitado. Essas pessoas dão mais valor a vida. E digo com toda a certeza: Quem vive e não encontra uma paixão, nunca vai entender realmente o que é viver. Vai passar pelo tempo-espaço apenas.
     Finalizo com um video publicado num grande site de entretenimento. Trata-se de um comercial de banco, feito para o mercado de Taiwan, que ilustra bem a paixão a qual me refiro. Arrisco até a fazer uma tradução das legendas, livre e não oficial, já que não era essa a intensão, mas deixar que quem assista o video sinta algo realcionado como que escrevi.

     Por que as pessoas vivem? Para sentir falta de alguém? Apenas para continuar vivendo? Tentando viver mais? Ou apenas por viver?
- Vamos andar de motocicleta!
Estes cinco taiwaneses, com idade média de 81 anos, têm em comum problemas de audição, um deles tem câncer, três têm doenças cardiovasculares, todos tem artrite degenerativa. Em seis meses de preparação, viajaram 13 dias por Taiwan, 1.139 quilômetros, de norte a sul, de noite e de dia, por uma razão simples: As pessoas vivem em busca de seus sonhos.
Um banco para as pessoas comuns, com sonhos extraordinários.

“Eu ando em Bando” Joel Gomes – colaborador do KCLA Facção Recife.

 

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